terça-feira, 20 de maio de 2014



Dando voltas circulares
Voltando aos mesmos lugares
Sem pares, sem ares...
Isolada como bicho
Servindo de atração
Para a faminta multidão
Que invade sua prisão.
Será preciso
Para menores riscos
Retirar mais uma de cena,
A malvada Pequena.
Muito frágil em algumas opções...
Todos envoltos em pérfida moral.
Todos sabem como fazer-lhe mau
A Pequena não tem proteção.
A Pequena é covarde
E espera apenas que a vela apague
E ela possa ter de volta a paz
Após ter a matéria apodrecida em jaz.
A Alma enfim libertada
No inexplicável amparada.
A multidão sorrirá satisfeita
A Pequena será cobaia desfeita
E poucos lamentarão...


AnnaLee

terça-feira, 29 de abril de 2014

AMOR TECER

                                                                 AMORTECER
                                                                  AMORTECE
                                                                   AMORTEC
                                                                    AMORTE
                                                                     AMORT
                                                                      AMOR
                                                                       AMO
                                                                        AM
                                                                          A

Aquela, a Tal e Naquela.



Aquela que já não é, estava presente. E em silêncio, assistia a tudo no seu costumeiro observar analítico e crítico.

A Tal que pensa que está e já não é, lastimava a interferência na sua história forçada e calcada em pontos que poderiam ser sólidos, mas mostravam-se frágeis perante outras histórias que há bastante tempo já se desenvolviam em harmonia apesar das imperfeições.

A Tal entulhava roupas numa mala pequena demais para tantas peças, e não parava de queixar-se e por as suas culpas e frustrações Naquela que apenas era mais uma peça no quebra-cabeça torto de sua vida incompleta.

Havia um burburinho vindo de outros cômodos do ambiente e Aquela que já não é continuava apenas a observar sem poder mesmo em nada interferir, apenas manter-se imóvel na sua incapacidade de interagir e agir a favor ou contra o que se passava.

Apesar de tudo o ambiente não era tenso e por mais que a Tal fizesse seu papel de vítima, ninguém se movia em atenção às suas queixas...

A Tal continuava a por roupas na pequena mala que não seria fechada, e talvez não fosse mesmo levada dali para outro lugar, porque não havia essa intenção, era tudo uma mera encenação para ilustrar o que era verbalizado de maneira que surgisse algum pedido para que a Tal permanecesse ali.

Mas, além da voz da Tal em suas lamúrias, o que se ouvia eram os sons rotineiros do lugar.

Aquela permanecia figurativa na sua presença, porque já não era, e apenas permanecia na memória dos que não a esqueceriam.

Ademais, tudo permanecia como sempre esteve. Os personagens em seus devidos lugares e as histórias transcorrendo, e nada seria realmente modificado, por mais que a Tal ameaçasse partir, por causa da presença, mesmo que inconstante, do seu Alvo que continuava focado Naquela.

terça-feira, 11 de março de 2014

Poeminha do mal II



“... Los perros...”

“Sim Gata, vi...”



“...Vis perros...”

“Gata, sol, som, liso...”


“Los perros... miopia...”

“Los servos... prisão...”

“Los vermes... morte...”



Mi Gato, serve...

Mi Gato, porres...



“Los perros...”

“Vis perros...”



“Mas Gata, livre...”

Poeminha do mal.





O Gato, claro, quer

O amor de todas,

Puras...

Alguém,

Animal do humano...
Humanos, é claro...

Às vezes, são

Estranhamente, outro...



Felinos amantes

No passado, motivo

Via psíquicos...

Prestes a dor

Que não achar

Os piores humanos...

Acham(se) certos!



No gato, aversão.

Pessoa... Odeio homem,

Seus rosnados

Sem que um feio,

Fúria bela,

Pura...

Todo lançado

Olhos crepitantes

Um feio linchamento

Dentro... autobio...



Dentre gatos,

Poema do mal,

Em prosa, razões...

Submisso à humana,

Comenta os escritos

Da que encanta,

Em que trazem os donos,

Discutem,

Coisa divertida,

Nem aí...

Eles...

Melhores

Capazes...

Só pelo prazer...

domingo, 12 de janeiro de 2014

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Todas as horas vazias foram preenchidas etilicamente, mas, sem exageros...
De todas as tentativas restaram apenas a solidão da espera de respostas que nunca virão.
Então decidiu que precisava de si mesmo para encontrar uma saída perfeita para a salvação dos seus sentidos já tão atordoados.
Olhou para o seu lado e a solução sempre esteve ali, tão próxima e quase constante.
Um seu igual, padecendo do mesmo mal agouro que é sentir sozinho o desespero de um amor desperdiçado
pela insegurança ou auto proteção demasiada do outro lado.
Sentiu aquele fogo arder por dentro e ainda teve tempo de anunciar-se desejoso de sentir uma compatibilidade profunda e única.
Era tão igual que mesmo parecia ser o reflexo de si próprio, e sentiu-se maravilhado com aquela descoberta partilhada e retribuída por aquele que percebeu poder haver mútuo desejo de sentir a paixão incendiar-se por dentro até corromper a razão e estenderam-se as mãos que se tocaram já absolutamente íntimas e que iam pelo corpo um do outro num reconhecimento imediato de cada membro, até as entranhas.
Além do que não eram necessárias promessas nem pedidos, um já sabia do outro o suficiente para entenderem-se e aceitarem-se sem conflitos ou cobranças...
Entregaram-se quase juvenis de tão felizes e completos...
Nunca mais solidão criadora de horas ociosas e tristes.
Encontrara o balsamo para suas feridas e a completude  de sentimentos.
Amaram-se sem fronteiras e sem medos tacanhos, sem inseguranças desastrosas, e sem incertezas...


( a continuação ainda está por vir... O outro está em mim, sou Eu)