Aquela que já não é, estava presente. E em silêncio, assistia a
tudo no seu costumeiro observar analítico e crítico.
A Tal que pensa que está e já não é, lastimava a
interferência na sua história forçada e calcada em pontos que poderiam ser
sólidos, mas mostravam-se frágeis perante outras histórias que há bastante
tempo já se desenvolviam em harmonia apesar das imperfeições.
A
Tal entulhava roupas numa mala pequena
demais para tantas peças, e não parava de queixar-se e por as suas culpas e
frustrações Naquela que apenas era mais uma
peça no quebra-cabeça torto de sua vida incompleta.
Havia
um burburinho vindo de outros cômodos do ambiente e Aquela
que já não é continuava apenas a observar sem poder mesmo em nada interferir,
apenas manter-se imóvel na sua incapacidade de interagir e agir a favor ou
contra o que se passava.
Apesar
de tudo o ambiente não era tenso e por mais que a Tal
fizesse seu papel de vítima, ninguém se movia em atenção às suas queixas...
A
Tal continuava a por roupas na pequena mala
que não seria fechada, e talvez não fosse mesmo levada dali para outro lugar,
porque não havia essa intenção, era tudo uma mera encenação para ilustrar o que
era verbalizado de maneira que surgisse algum pedido para que a Tal permanecesse ali.
Mas,
além da voz da Tal em suas lamúrias, o que
se ouvia eram os sons rotineiros do lugar.
Aquela permanecia figurativa na sua presença, porque já não era, e
apenas permanecia na memória dos que não a esqueceriam.
Ademais,
tudo permanecia como sempre esteve. Os personagens em seus devidos lugares e as
histórias transcorrendo, e nada seria realmente modificado, por mais que a Tal ameaçasse partir, por causa da presença, mesmo
que inconstante, do seu Alvo que continuava focado Naquela.