Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
...lêncio...
Lançou-se para dentro de si
mesmo que precisasse estar sempre em retornos...
Os olhos tentavam ignorar o mundo externo numa extrema
atitude de preservação de si...
Nenhum lugar para onde ir esconder-se de ser a não ser para dentro do seu
próprio e individual ser...
Alguns sinais de tão perniciosos tornavam-se patéticos e duvidosos e era preciso
uma rota de fuga para salvaguardar o que ainda restava de unicamente seu.
E o único caminho possível só poderia ser traçado pelo silêncio.
Entrar em mutismo com o mundo pernicioso o suficiente para salvar
sua luta por uma mera sobrevivência digna e engolir à seco ou sob efeitos artificiais
os muitos e mais males que cercavam seus caminhos, todos os seus caminhos marginalizados
pela falsa moral e conceitos de intenções saudáveis em prol da manutenção de todas as máscaras
que em algumas das muitas das suas falas ousou arrancar.
Então a sua única salvação era a negação à liberdade de querer expressar qualquer mínima opinião, qualquer que fosse, a respeito de qualquer um ou qualquer assunto...
Teria que mutilar o dom da fala mantendo apenas o suficiente para comunicar necessidades
ou explodir em variantes de emoções.
Isso acarretaria cada vez mais e mais a solidão como instinto de auto preservação...
Permitia-se visualizar o horror futuro estampado em trapos e calçadas, restos de comida, cobertores de papelão, a fuligem caótica misturada ao suor impregnado de necessidades básicas e humilhações,
e a invisibilidade causada pela deformação de não pertencer ao que a normalidade do sistema
impõe como correto, produtivo e valoroso aos sócios cegos em suas convicções de retidão.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Um conto de Natal.
Queixava-se na sua intensa e quase proposital solidão,
de questões materiais que maculavam a data tão festejada e festejada,
e quase em nada levada ao íntimo e ao verdadeiro significado.
E essa era uma forma de solidão sentida por poucos mundo à fora àquela hora.
E de súbito percebeu que em um ato falho fez um talho na sua convicção.
Sentiu-se humilhada e hipócrita ao mesmo tempo em que condenava-se à tortura
de censurar-se por sentir que aquele tipo de contaminação também estaria
um pouco arraigado à sua vida sem muitos alcances e quase nenhuma perspectiva
positiva para os próximos dias em agonias que só a si pertencia.
Lá fora a festa escorria entre goles etílicos e sabores diversos.
E sabia que em alguns lugares aquela cumplicidade espiritual até resistia
aos encantos de luzes e consumos, ia além da alegria da satisfação física.
E em alguns lugares os lares estavam preservados em sua essência fraterna
e isso consolava um pouco, aplacando a tristeza sua e somente sua de não possuir
nem uma coisa qualquer que invadisse o vazio em que havia mergulhado a sua
boa vontade em acreditar que talvez pudesse ser diferente e ao estar em meio a sua
gente sentir-se realmente em companhia do espírito natalino.
Nada aconteceu. Preencheu a noite com o sono encantador de dores e frustrações,
e deixou-se cair no abismo do impenetrável, até outro dia trazer o sol e as condições
para permanecer sobrevivendo a si e ao que existe de humanidade ao seu redor.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Bom dia...
Em cinzas opacas uma ocupação alaranjada.
E mais nada..
É possível que o silêncio
aos poucos esteja soterrando
o amor para dentro do vazio.
Talvez seja até saudável
deixar que tudo caia em esquecimento,
até que o sentimento
seja apenas um ponto frio.
Sem fio condutor,
sem qualquer calor...
Apenas o amor em desvario
morrendo, sozinho, tardio...
Um belo dia cinza opaco...
Em vermelho fechado
segue um apelo fraco...
Em cinzas opacas uma ocupação alaranjada.
E mais nada..
É possível que o silêncio
aos poucos esteja soterrando
o amor para dentro do vazio.
Talvez seja até saudável
deixar que tudo caia em esquecimento,
até que o sentimento
seja apenas um ponto frio.
Sem fio condutor,
sem qualquer calor...
Apenas o amor em desvario
morrendo, sozinho, tardio...
Um belo dia cinza opaco...
Em vermelho fechado
segue um apelo fraco...
sábado, 7 de dezembro de 2013
Havia pouco espaço, mas os dois corpos cabiam-se em comunicação e gestos
de pequenas urgências e sorrisos diante dos pequenos obstáculos que
faziam com que seus espaços trocassem os corpos de lugar.
De um lado, a pressa sem muita aceleração ia retocando os traços diante da própria imagem, e do outro, uma ânsia sem muita ênfase em querer higienizar-se sem que para isso fosse preciso sacrificar o momento de estar ali, quase em atropelos, tocar de leve na pele, roçando nos pelos, e perceber o apelo dos sorrisos em trocas de cordialidades, simples, simultâneas e solidárias.
E mais uma vez, outra troca toca os pontos das distâncias mínimas dos instrumentos e objetos necessários a ambos objetivos, flertes sem flash, apenas a luz amarelada e quente do espaço restrito e quase sufocante que de repente era ocupado por muitas outras urgências.
Houve a possibilidade quase furtiva do agradecimento em fresca higiene, mas não houve despedidas, a porta foi aberta, a história ficou lá dentro, enquanto a imagem continuava refletindo os retoques dos traços, um pouco urgentes, mas sem pressa,
E o outro lado, já do lado de fora da história seguiu em trajetória sem focos urgentes.
De um lado, a pressa sem muita aceleração ia retocando os traços diante da própria imagem, e do outro, uma ânsia sem muita ênfase em querer higienizar-se sem que para isso fosse preciso sacrificar o momento de estar ali, quase em atropelos, tocar de leve na pele, roçando nos pelos, e perceber o apelo dos sorrisos em trocas de cordialidades, simples, simultâneas e solidárias.
E mais uma vez, outra troca toca os pontos das distâncias mínimas dos instrumentos e objetos necessários a ambos objetivos, flertes sem flash, apenas a luz amarelada e quente do espaço restrito e quase sufocante que de repente era ocupado por muitas outras urgências.
Houve a possibilidade quase furtiva do agradecimento em fresca higiene, mas não houve despedidas, a porta foi aberta, a história ficou lá dentro, enquanto a imagem continuava refletindo os retoques dos traços, um pouco urgentes, mas sem pressa,
E o outro lado, já do lado de fora da história seguiu em trajetória sem focos urgentes.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Que fique bem descrito a intensidade do azul daquele mar.
E que o sol trazia raios em tons e temperaturas que não seria possível dizer
se anunciava uma nova aurora ou mais um zenite.
E o quanto a praia era bem branca, bem extensa, e bem deserta.
Era tudo o que existia de paisagem ali, naquele cenário que exalava
paz, serenidade, tranquilidade, liberdade, e solidão.
Uma feliz solidão, e não uma solidão pesada e sombria, doente...
E a imensidão do céu permeando tudo, dava ao ar aquela certeza de proteção.
Nada poderia ser maior ou melhor que aquele momento, nada poderia sabotar
aquele momento único e individual em que o indivíduo consegue
deixar a vida apenas passar junto com os pensamentos, e assim a leveza
nos gestos e a felicidade no sorriso e nenhuma busca no olhar, apenas
o agradecimento de poder estar vendo toda aquela paisagem, egoistamente
sua, e de mais ninguém, ao menos ninguém que pudesse ser visível.
E não é que repentinamente alguém se fez visível apesar de não ser possível
distinguir perfeitamente os traços faciais?
Mas, o que importava aquele detalhe diante da surpresa de ter alguém assim tão inesperadamente próximo?
E isso sequer causava qualquer emoção negativa como medo ou desconfiança.
Como se aquele surgimento inexplicável tivesse o seu porque de ser e de
estar ali.
Olharam-se e logo deram-se as mãos... Ou foram as mãos que se encontraram
espontaneamente, como uma atração irresistível...
Saíram caminhando pela bera da praia, os pés recebendo as águas azuis e limpas,
Dentro do absoluto silencio era possível que lesem pensamentos mutuamente.
E ela teve certeza de ter dito que há tempos o esperava, e ele teria respondido que
há tempos a procurava... E ambos admitiam que haviam procurado em lugares e
momentos errados de suas vidas...
Sorriam como dando ponto final às desventuras e venturas da busca.
Haviam finalmente encontrado-se absolutamente fora do mundo em que vivam,
não num outro planeta semelhante à Terra, ou sequer em outro país, o lugar não estava
geograficamente situado em parte alguma, a não ser no universo paralelo criado
por almas perdidas que buscam incessantemente suas outras metades, como diria
aquele mito grego.
Partiram, ainda de mãos dadas cercados de brancas e finas areias, tons de azul
líquidos e gasosos, ao longe alguns tons esverdeados, e aquela luz deixando tudo ainda
tão mais idílico, apesar de tão próximo do real, só que tudo com mais perfeição...
[O real não é perfeito. por isso é preciso o sonho, a utopia, a fantasia... E um que de mistério
e mensagens por trás de tudo isso.]
E que o sol trazia raios em tons e temperaturas que não seria possível dizer
se anunciava uma nova aurora ou mais um zenite.
E o quanto a praia era bem branca, bem extensa, e bem deserta.
Era tudo o que existia de paisagem ali, naquele cenário que exalava
paz, serenidade, tranquilidade, liberdade, e solidão.
Uma feliz solidão, e não uma solidão pesada e sombria, doente...
E a imensidão do céu permeando tudo, dava ao ar aquela certeza de proteção.
Nada poderia ser maior ou melhor que aquele momento, nada poderia sabotar
aquele momento único e individual em que o indivíduo consegue
deixar a vida apenas passar junto com os pensamentos, e assim a leveza
nos gestos e a felicidade no sorriso e nenhuma busca no olhar, apenas
o agradecimento de poder estar vendo toda aquela paisagem, egoistamente
sua, e de mais ninguém, ao menos ninguém que pudesse ser visível.
E não é que repentinamente alguém se fez visível apesar de não ser possível
distinguir perfeitamente os traços faciais?
Mas, o que importava aquele detalhe diante da surpresa de ter alguém assim tão inesperadamente próximo?
E isso sequer causava qualquer emoção negativa como medo ou desconfiança.
Como se aquele surgimento inexplicável tivesse o seu porque de ser e de
estar ali.
Olharam-se e logo deram-se as mãos... Ou foram as mãos que se encontraram
espontaneamente, como uma atração irresistível...
Saíram caminhando pela bera da praia, os pés recebendo as águas azuis e limpas,
Dentro do absoluto silencio era possível que lesem pensamentos mutuamente.
E ela teve certeza de ter dito que há tempos o esperava, e ele teria respondido que
há tempos a procurava... E ambos admitiam que haviam procurado em lugares e
momentos errados de suas vidas...
Sorriam como dando ponto final às desventuras e venturas da busca.
Haviam finalmente encontrado-se absolutamente fora do mundo em que vivam,
não num outro planeta semelhante à Terra, ou sequer em outro país, o lugar não estava
geograficamente situado em parte alguma, a não ser no universo paralelo criado
por almas perdidas que buscam incessantemente suas outras metades, como diria
aquele mito grego.
Partiram, ainda de mãos dadas cercados de brancas e finas areias, tons de azul
líquidos e gasosos, ao longe alguns tons esverdeados, e aquela luz deixando tudo ainda
tão mais idílico, apesar de tão próximo do real, só que tudo com mais perfeição...
[O real não é perfeito. por isso é preciso o sonho, a utopia, a fantasia... E um que de mistério
e mensagens por trás de tudo isso.]
domingo, 24 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Um belo dia, e já era uma vez...
Foi
quase como um encontrão.
Mas não.
Logo pareceu outro tipo de Logus.
Outra
forma de se (re)aproximar usando ousar em outra forma.
Quase
convenceu e foi reaberto aquele mesmo medo.
A
confiança foi sendo blindada tal qual a armadura que reveste
A
verdadeira identidade daquele ser.
Sim.
Pensou que era a sua história sendo recomeçada.
Aquela
sua história sem fim e sem meio de voltar ao início.
Resolveu
apostar nos sinais sutis, mas como sempre, impacientou-se com a leviandade
em se
tratando de entrega e confiança.
Mencionou
bicicleta, crianças, bichos, sonhos...
Tudo
para ser arrefecido na frieza da mentira ali caracterizada em espaço de herói.
Quanto
mais era mostrada a realidade por trás do avatar, mais sentia a necessidade
De saber
a real intenção.
Criou-se
então outra tensão e os caminhos foram fechados, mais uma vez.
Era
preferível assim, para não mergulhar ainda mais profundamente num sonho
sem
embasamento para a vida real, sem possibilidades de vir a ser palpável
E possível.
A
distância entre o que era mostrado e o que poderia ser creditado à sinceridade
era obstruída
mais uma vez pela falta de confiança, mútua.
Do outro
lado o medo e a omissão, sempre.
Do outro
lado a covardia como campo de força impedindo a passagem para uma visualização
mais próxima do vivido
Do lado
de fora mais uma dor.
Mais uma
constatação de que não sabe jogar com as armas que possui
E se
dilui o sonho entre impotência e angústia.
E a
solidão apenas confirmando que seguirá buscando um caminho para chegar ao fim,
até poder esquecer o início, e tudo o que acarretou a (des)continuidade dessa
história.
sábado, 16 de novembro de 2013
"Desculpe-me as complicações."
Foi a última coisa que disse antes de desaparecer no vazio off.
Não era boa em dar explicações sobre si, parecia sempre falhar
ao olhar desaprovador do outro.
Perdia-se em ramificações cada vez mais emaranhadas e era dada como vencida.
Ou melhor, perdida a oportunidade de ter mantido o silencio e toda a inocência
que neste se vê.
Mas geralmente acredita que pode ser compreendido o que é dito.
Tenta procurar palavras e formas simples.
Mas a mensagem soa truncada do outro lado e tudo desencadeia o famoso mal entendido.
Ou, o usado mal entendido como desculpa para não ter que se embaraçar mais e mais
tentando dar respostas pontuais, mas não radicais, há abertura para uma conveniente
e compreensiva nova opinião ou proposta de opção ou ideia nova, mas que esteja dentro
do contexto do que tentou explicar e não uma mera obediência.
Enfim, já estava em arrependimentos tardios demais para ter de volta a sua paz.
A decisão de isolar-se ainda mais era cada vez mais cativante para sair desse cativeiro
em que será mantida sua vida enquanto esta existir.
Sumir. É a mais aderente ideia e desejo latejante.
Sumir de andante ou de abdução.
Sumir mesmo sabendo que não sairá da vitalícia prisão.
Sumir sem mapas nem planos, nem projetos, nem ambição.
Sumir pela simples razão de querer ter vontade de manter livre seu existir.
Sumir, sem nada dizer, nada a explicar para não complicar
e não ter mais como sumir.
Foi a última coisa que disse antes de desaparecer no vazio off.
Não era boa em dar explicações sobre si, parecia sempre falhar
ao olhar desaprovador do outro.
Perdia-se em ramificações cada vez mais emaranhadas e era dada como vencida.
Ou melhor, perdida a oportunidade de ter mantido o silencio e toda a inocência
que neste se vê.
Mas geralmente acredita que pode ser compreendido o que é dito.
Tenta procurar palavras e formas simples.
Mas a mensagem soa truncada do outro lado e tudo desencadeia o famoso mal entendido.
Ou, o usado mal entendido como desculpa para não ter que se embaraçar mais e mais
tentando dar respostas pontuais, mas não radicais, há abertura para uma conveniente
e compreensiva nova opinião ou proposta de opção ou ideia nova, mas que esteja dentro
do contexto do que tentou explicar e não uma mera obediência.
Enfim, já estava em arrependimentos tardios demais para ter de volta a sua paz.
A decisão de isolar-se ainda mais era cada vez mais cativante para sair desse cativeiro
em que será mantida sua vida enquanto esta existir.
Sumir. É a mais aderente ideia e desejo latejante.
Sumir de andante ou de abdução.
Sumir mesmo sabendo que não sairá da vitalícia prisão.
Sumir sem mapas nem planos, nem projetos, nem ambição.
Sumir pela simples razão de querer ter vontade de manter livre seu existir.
Sumir, sem nada dizer, nada a explicar para não complicar
e não ter mais como sumir.
domingo, 10 de novembro de 2013
Não há como buscar as respostas secretas
sem expor a ordem dos detalhes determinantes.
Ou, na tentativa de camuflar detalhes perder seus reais significados.
Confundir poderia ser uma saída, mas tudo torna-se mais superficial
e mais fácil de ser devorado pelo esquecimento rompendo o contato
com o mensageiro.
As mensagens chegam em seus percursos confusos, instalam-se sem coerência
entre fatos bem reais, ou entre acontecimentos antinaturais, surreais, impossíveis.
Mas sempre há algo a ser lido, digerido, refletido até ser descifrado.
A necessidade de isolamento alastra-se, contamina decisões, e definha sonhos.
Alimenta o medo e destrói esperanças.
Um auto-boicote involuntário e cego...
Não há saída menos suicida que a auto-reclusão.
O auto-exílio como medida de auto-proteção.
sem expor a ordem dos detalhes determinantes.
Ou, na tentativa de camuflar detalhes perder seus reais significados.
Confundir poderia ser uma saída, mas tudo torna-se mais superficial
e mais fácil de ser devorado pelo esquecimento rompendo o contato
com o mensageiro.
As mensagens chegam em seus percursos confusos, instalam-se sem coerência
entre fatos bem reais, ou entre acontecimentos antinaturais, surreais, impossíveis.
Mas sempre há algo a ser lido, digerido, refletido até ser descifrado.
A necessidade de isolamento alastra-se, contamina decisões, e definha sonhos.
Alimenta o medo e destrói esperanças.
Um auto-boicote involuntário e cego...
Não há saída menos suicida que a auto-reclusão.
O auto-exílio como medida de auto-proteção.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Ruth Rude.
E,
no entanto
Ela
apenas
Mais
e mais
Sem
paz
Que
a inunde
Tudo
a ilude...
E
a confunde
Em
tempos e espaços
Vislumbra
sinais
Claros
e apagados
Causa
embaraços
Rompe
laços
E
diz nunca
E
diz mais...
Mas,
Não
se perturbe
Depois
volta a si
Antes
chora
Depois
sorri
Pisca
sem lume
Busca
e surge
Arde
e urge
Perdoe
nossa
Ruth
Sempre
Tão
Rude.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
E quando o sentido das coisas se perderam
ela percebeu que o seu sentimento era uma patologia sem cura
nem esperas.
Sozinha em seu mundo invadido viu tudo perdido e lembrou de uma canção.
Escuro absoluto do outro lado apesar de todas as portas e janelas, abertas e fechadas.
Para ela era uma questão da hora ignorada quando se apagaria aquela vela.
Ela.
Chama sem luz em braseiro de sombras.
Assombra a si mesma a alma em fracas chamas.
Já não espera por quem chama, não há nada do outro lado.
Mesmo sabendo que ainda existe vida, nada mais espera.
Desespera-se sem segredos e o medo aumenta a tortura.
Mas não há nada a fazer a não ser crer no inesperado fim,
só por isso ela ainda a tudo atura.
E resta a ela apenas esperar, esperar, até que tudo enfim chegue ao nada
e nada mais reste de tudo isso aqui.
ela percebeu que o seu sentimento era uma patologia sem cura
nem esperas.
Sozinha em seu mundo invadido viu tudo perdido e lembrou de uma canção.
Escuro absoluto do outro lado apesar de todas as portas e janelas, abertas e fechadas.
Para ela era uma questão da hora ignorada quando se apagaria aquela vela.
Ela.
Chama sem luz em braseiro de sombras.
Assombra a si mesma a alma em fracas chamas.
Já não espera por quem chama, não há nada do outro lado.
Mesmo sabendo que ainda existe vida, nada mais espera.
Desespera-se sem segredos e o medo aumenta a tortura.
Mas não há nada a fazer a não ser crer no inesperado fim,
só por isso ela ainda a tudo atura.
E resta a ela apenas esperar, esperar, até que tudo enfim chegue ao nada
e nada mais reste de tudo isso aqui.
terça-feira, 16 de julho de 2013
O mar movia-se tranquilo e imensamente, azul.
A casa era toda em madeira envernizada e vidros.
O entorno da casa era quase todo em deleite de um mar azul.
A celestial abobada trazia um amarelo reluzente que enchia tudo de muita claridade.
As duas mulheres olhavam para o que um dia fora uma varanda. O azul beirava a porta
de entrada para a casa. A visitante olhava para os pés de ambas, descalços sobre o piso envidraçado. O azul límpido parecia cercar mesmo toda a casa, como se esta boiasse fixamente quase ao meio de todo aquele azul.
No horizonte via-se uma cordilheira feita de falésias em argila de várias colorações.
Mas aquilo parecia não causar nenhum temor aparente, não parecia uma ameaça, mas
na visitante causou um certo gosto de claustrofobia.
A dona daquela casa trazia a condolência de quem acostumou-se àquele lugar e àquela casa.
construída à beira de um mar que se fazia ainda mais perigosamente próximo, mas ela Atenuava o medo mantendo-se na sua crença, além de confiar na estrutura da casa que já convivia com as idas e vindas daquele mesmo mar por um longo tempo...
Mesmo assim a visitante pode sentir qualquer coisa exitar entre uma afirmação e outra, e por
isso não acreditou na coragem daquela mulher mais velha, soou mais como conformidade diante do que o destino ou o acaso pôs em seu caminho e ela tenha deixado que tudo virasse uma imposição da vida.
A visitante deixou a casa dizendo o quanto era bela, mas ela não se submeteria ao mar, nem mesmo numa casa feita do mais puro aço. Não era apenas uma questão de segurança, era mais uma questão somática, ela, a visitante, não suportava ver-se cercada por nada, sem uma saída possível e prática, detestava sentir-se acuada ou mesmo presa, por mais belo que fosse o castelo e a paisagem que o cercasse.
A dona da casa disse entender o porque dela, a visitante, andar quase sempre sozinha.
Despediram-se sem festas nem apatias.
... e o sol já avermelhava outro caminho, onde a visitante, agora viajante, percorria até ouvir o choro agudo e seco de uma criança.
Havia um quê de comoção no entorno, e uma mulher deleitava-se entre venenos e carnes.
Tudo parecia ser de muito vermelho.
Localizou a criança seguindo sem pressa o som do choro e a encontrou dentro do que parecia ser uma pequena gaiola.
A criança em posição fetal, sofria o calor que vinha de uma fornalha perto de onde a gaiola estava pousada. A gaiola parecia já estar em brasa.
Retirou a criança muito rosada, nua, ainda com restos em seu pequeno corpo.
Sentindo aquele pequeno frescor de liberdade a criança parou de chorar e aninhou-se ao colo da viajante.
Esta pegou uma ponta da sua longa saia e limpou como pode a criança. Mas ela pareceu completamente alva, apesar de ainda um tanto avermelhada seguindo lentamente para o seu tom natural.
Foi até a mulher que servia e servia-se das miudezas mundanas e chamou-a para o lado de fora do que parecia ser uma taberna medieval. A mulher não resistiu.
Ao chegar a um banco na rua, a mulher extasiada deitou-se suavemente, as saias do seu vestido serviram de cobertor sobre o banco, e ela recebeu a criança em seus braços. Amamentou-a e depois a deixou rente ao seu ventre, e dormiram ambas em posição fetal.
A viajante notou que a noite já pesava num negrume de poucas estrelas, e até já fazia um pouco de frio. Ajeitou a manta sobre seus ombros e saiu dali em direção a uma porta penumbrada que surgira do outro lado da rua, bem por trás da fornalha.
A casa era toda em madeira envernizada e vidros.
O entorno da casa era quase todo em deleite de um mar azul.
A celestial abobada trazia um amarelo reluzente que enchia tudo de muita claridade.
As duas mulheres olhavam para o que um dia fora uma varanda. O azul beirava a porta
de entrada para a casa. A visitante olhava para os pés de ambas, descalços sobre o piso envidraçado. O azul límpido parecia cercar mesmo toda a casa, como se esta boiasse fixamente quase ao meio de todo aquele azul.
No horizonte via-se uma cordilheira feita de falésias em argila de várias colorações.
Mas aquilo parecia não causar nenhum temor aparente, não parecia uma ameaça, mas
na visitante causou um certo gosto de claustrofobia.
A dona daquela casa trazia a condolência de quem acostumou-se àquele lugar e àquela casa.
construída à beira de um mar que se fazia ainda mais perigosamente próximo, mas ela Atenuava o medo mantendo-se na sua crença, além de confiar na estrutura da casa que já convivia com as idas e vindas daquele mesmo mar por um longo tempo...
Mesmo assim a visitante pode sentir qualquer coisa exitar entre uma afirmação e outra, e por
isso não acreditou na coragem daquela mulher mais velha, soou mais como conformidade diante do que o destino ou o acaso pôs em seu caminho e ela tenha deixado que tudo virasse uma imposição da vida.
A visitante deixou a casa dizendo o quanto era bela, mas ela não se submeteria ao mar, nem mesmo numa casa feita do mais puro aço. Não era apenas uma questão de segurança, era mais uma questão somática, ela, a visitante, não suportava ver-se cercada por nada, sem uma saída possível e prática, detestava sentir-se acuada ou mesmo presa, por mais belo que fosse o castelo e a paisagem que o cercasse.
A dona da casa disse entender o porque dela, a visitante, andar quase sempre sozinha.
Despediram-se sem festas nem apatias.
... e o sol já avermelhava outro caminho, onde a visitante, agora viajante, percorria até ouvir o choro agudo e seco de uma criança.
Havia um quê de comoção no entorno, e uma mulher deleitava-se entre venenos e carnes.
Tudo parecia ser de muito vermelho.
Localizou a criança seguindo sem pressa o som do choro e a encontrou dentro do que parecia ser uma pequena gaiola.
A criança em posição fetal, sofria o calor que vinha de uma fornalha perto de onde a gaiola estava pousada. A gaiola parecia já estar em brasa.
Retirou a criança muito rosada, nua, ainda com restos em seu pequeno corpo.
Sentindo aquele pequeno frescor de liberdade a criança parou de chorar e aninhou-se ao colo da viajante.
Esta pegou uma ponta da sua longa saia e limpou como pode a criança. Mas ela pareceu completamente alva, apesar de ainda um tanto avermelhada seguindo lentamente para o seu tom natural.
Foi até a mulher que servia e servia-se das miudezas mundanas e chamou-a para o lado de fora do que parecia ser uma taberna medieval. A mulher não resistiu.
Ao chegar a um banco na rua, a mulher extasiada deitou-se suavemente, as saias do seu vestido serviram de cobertor sobre o banco, e ela recebeu a criança em seus braços. Amamentou-a e depois a deixou rente ao seu ventre, e dormiram ambas em posição fetal.
A viajante notou que a noite já pesava num negrume de poucas estrelas, e até já fazia um pouco de frio. Ajeitou a manta sobre seus ombros e saiu dali em direção a uma porta penumbrada que surgira do outro lado da rua, bem por trás da fornalha.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
SOLITUDE
Isto
tudo
ilude
o
solo.
Tudo
ilude
o
solo
é
só
isto.
Tudo
é
solo
e
isto
ilude.
E
só
ilude
tudo
isto
se
és
solo.
tudo
ilude
o
solo.
Tudo
ilude
o
solo
é
só
isto.
Tudo
é
solo
e
isto
ilude.
E
só
ilude
tudo
isto
se
és
solo.
Carolina...
Descansa
sem paz
na lembrança
um Rapaz
que
não existe
mais
naquele mundo
onde
ela
jaz...
Ah, aquela tola Menina.
despida de si, impelida a seguir... ele...
vagando em desaguar seco, molhada até a alma em carne viva.
Aquela tola Menina apenas penava na solidão fria..
dentro de uma noite sem luz, o tormento a conduzia...
Encontrou por acaso o caminho para sua viagem sem fim.
sem paz
na lembrança
um Rapaz
que
não existe
mais
naquele mundo
onde
ela
jaz...
Ah, aquela tola Menina.
despida de si, impelida a seguir... ele...
vagando em desaguar seco, molhada até a alma em carne viva.
Aquela tola Menina apenas penava na solidão fria..
dentro de uma noite sem luz, o tormento a conduzia...
Encontrou por acaso o caminho para sua viagem sem fim.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Who(y)?
who
says
this
to
Me?
Why?
For who?
who
says
that
not
whether
me
do
bad?
who
it is
the
evil
that
says
not
want
my
do
bad?
says
this
to
Me?
Why?
For who?
who
says
that
not
whether
me
do
bad?
who
it is
the
evil
that
says
not
want
my
do
bad?
Só...
Ao sol em solo quente e ofuscante.
Deixando que o calor cause suficiente torpor.
Nenhuma nova direção, apenas a negação
em esquecer a abertura crua e sem cura
de uma porta para dentro da ferida da vida.
Aberta a ferida e a lida é mantê-la viva.
Sangrando delícias ou venenos.
Por muito menos se promulgam felicidades e salvações.
Por que não irritar a peões e leões?
A seguir, apenas ir de passo a passo
defendendo o que resta de espaço para ser só.
Assim como o sol, em ardente solo, e só.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
A...Mar
Ah
A mar
Um
Amor
Sem
Mais
Ex is ti r
Só
Res is ti r
Para
Aplacar
A
Dor
De
Per s is ti r
Sem
Ar dor
In s is ti r
O
Amor.
Ah...
A mar
A mar
Um
Amor
Sem
Mais
Ex is ti r
Só
Res is ti r
Para
Aplacar
A
Dor
De
Per s is ti r
Sem
Ar dor
In s is ti r
O
Amor.
Ah...
A mar
E o melhor
dentro do pior
é que
pouco a pouco
dia após dia
é sub-
-traída
em tempo de vida.
Da sua dor
da sua agonia
sangra a ferida
sem cura
permitida.
Em fúria é
a
b a t i d a
e perde pra realidade
pouco a pouco
dia após dia
o que lhe basta
de Bastilha
o que lhe resta
de vida
o que lhe (em)presta(m)
de Besta.
dentro do pior
é que
pouco a pouco
dia após dia
é sub-
-traída
em tempo de vida.
Da sua dor
da sua agonia
sangra a ferida
sem cura
permitida.
Em fúria é
a
b a t i d a
e perde pra realidade
pouco a pouco
dia após dia
o que lhe basta
de Bastilha
o que lhe resta
de vida
o que lhe (em)presta(m)
de Besta.
TOY
FACE FAKE
FAKE FACE
FACE THE FAKE
FAKE IN KIT
KIT FOR FACE.
FACE OR FAKE
FAKE OR FACE
K___B___ +?
|
D
KAFKA?
FAKE FACE
FACE THE FAKE
FAKE IN KIT
KIT FOR FACE.
FACE OR FAKE
FAKE OR FACE
K___B___ +?
|
D
KAFKA?
quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Quem era?
O preto sobre o branco
num quase equilíbrio
dentro do olhar furtivo,
fugidio, do meu...
Ou era eu?
Era uma bela
em semblante de pequena fera
que não espera
apressa o passo
e em descompasso
atravessa às pressas
meus próprios passos.
BLACK
STARS
WHITE
WARS
Em um belo crânio
luzia no tronco
em fundo preto
que trazia-se
sobre fundo branco
e em um quase
espanto
reparos
encanto
em disparo
segui ao encontro
a guisa do ônibus
que roncava a nossa espera.
Quase disse:
"espera!"
Mas era
e permaneceu
um pouco ansiosa
um pouco sendo
o que parecia
que era.
Era a pressa
presa fácil
da espera.
Alguns percursos
sem recursos,
sem discursos,
sem adeus,
desceu.
Havia duas outras companhias,
parcerias de pressas,
presas companheiras suas,
que só percebi
quando já se iam
as pressas pelas ruas.
num quase equilíbrio
dentro do olhar furtivo,
fugidio, do meu...
Ou era eu?
Era uma bela
em semblante de pequena fera
que não espera
apressa o passo
e em descompasso
atravessa às pressas
meus próprios passos.
BLACK
STARS
WHITE
WARS
Em um belo crânio
luzia no tronco
em fundo preto
que trazia-se
sobre fundo branco
e em um quase
espanto
reparos
encanto
em disparo
segui ao encontro
a guisa do ônibus
que roncava a nossa espera.
Quase disse:
"espera!"
Mas era
e permaneceu
um pouco ansiosa
um pouco sendo
o que parecia
que era.
Era a pressa
presa fácil
da espera.
Alguns percursos
sem recursos,
sem discursos,
sem adeus,
desceu.
Havia duas outras companhias,
parcerias de pressas,
presas companheiras suas,
que só percebi
quando já se iam
as pressas pelas ruas.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
E por causa
da dor provocada
da fraqueza
declarada
a indócil menina
volta à nicotina
ingere drogas lícitas
e cor-de-rosa
para ver o mundo em azul
e poder fazer prosa
com as dores
falta de flores
frases sem cores
e nenhum carinho
nenhum caminho
para outro prazer
apenas a menina
sozinha a sofrer
em verso e prosa
à base de nicotina
e drogas cor-de-rosa.
da dor provocada
da fraqueza
declarada
a indócil menina
volta à nicotina
ingere drogas lícitas
e cor-de-rosa
para ver o mundo em azul
e poder fazer prosa
com as dores
falta de flores
frases sem cores
e nenhum carinho
nenhum caminho
para outro prazer
apenas a menina
sozinha a sofrer
em verso e prosa
à base de nicotina
e drogas cor-de-rosa.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Se há tranca
Ataranta
Se irRita
É detida.
arredia morre
Aflita!
Uma morte simbólica.
Diabólica trama tecer dramas.
Sem retóricas invade a própria história
que já não é apenas sua.
É vil, e crua.
Agrava a raiva.
E finda, só.
Numa trajetória de solidão e ira,
destranca a porta
mesmo que apenas seja
para se postar, morta.
Ataranta
Se irRita
É detida.
arredia morre
Aflita!
Uma morte simbólica.
Diabólica trama tecer dramas.
Sem retóricas invade a própria história
que já não é apenas sua.
É vil, e crua.
Agrava a raiva.
E finda, só.
Numa trajetória de solidão e ira,
destranca a porta
mesmo que apenas seja
para se postar, morta.
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