segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um dia
sentiu 
os abismos
entre
os mundos.
E foi assim
que
começou
a perder
a inocência
com a qual
a realidade
é tão bem
maquiada

Tentativa

Ascende
irradia-se
refeita
é Hera
faz-se
em tramas
quer ser
Ter ramas
revestir
paredes
coloridas
florir
feridas
em dores
com cores
sortidas
Na germinação
erra
exaspera-se
em desespero
o medo
mina forças
ressente-se
resseca-se
padece
desfalece
e já mais
não é...
(H)era.

Para Oz

Haverá
ao menos
qualquer
luz
guiando
os olhos
por dentro
da escura
(in)certeza
(in)constância
de uma
distância
volatizada
em ânsia
de palavras
que rompem
telas
Horizontais.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O
Amor
Esmagado
Sobrevive
das
Migalhas
E
Ainda
Insiste
Resiste
Esperando
Migalhas
Caidas
Esmagando
Se...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

para quem?
Para quem anda vivendo em dor
ou para quem morre em sonhos?
Ela talvez esteja mergulhada
num sono semi-mortal e talvez por isso
sinta as dores em doses secas
de engolir.
Mas para quê responder?
Onde ou por quem seria recebida?
As portas todas entreabertas mas sem recepção.
Então é entrar no vazio preenchido de coisas
das quais não pode participar.
Não é bem-vinda, ou é apenas ignorada.
Isso também dói, mesmo nos sonos
menos mortais.
E quando ultrapassa-se o muro de pedras?
Lamentações.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Seria mortal dormir... então,

Sentir é poder provar que vive.
E a dor passa a ser passaporte
para a certeza da sobrevivência
mesmo com olhos semicerrados.
Percebendo tudo em volta
segue perdendo a rota...
Não.
Apenas conviver entre os demais mortais
com uma débil lembrança de que um dia
a dor abria as portas, a pulso,
nos impulsos de se fazer viver
através de brechas.
Hoje a solidão acomoda a dor
de tal modo que quase a amortece.
Mas o corpo obriga a Alma a continuar
ultrapassando muros, visível, risível
declarando-se viva, através da dor.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


Quando
eu 
sonhei
você
trazia
nos 
lábios
um 
silêncio
triste
e seus
olhos
não 
queriam 
ver 
o céu.
Quando
você
me
olhou
eu
trazia
a
boca
trêmula
e
meus
olhos
não
queriam
ver
a
tristeza
dos
olhos
seus.

Vamos
brincar
de 
encontrar
palavras
soltas
dentro
do 
céu
das
nossas
bocas
estrangeiras...
estranhos
sentimentos
soltando
sons
nas
nossas
frases
cheias
de emoções 
Um
dia
você
chegará
do
nada

me 
servirá
uma
coca-cola
gelada
saindo
direto 
da 
sua
boca
quente
para
refrescar
o
meu
desejo
do
seu
beijo.

Abre...

_E
A Ema...
Embora boba,
Berra!

_E o amor?
Era mero.
Morre em ermo,
o erro.

Quase
ágil
está
frágil.
Debita
de 
si
uma
débil
luta
em
busca
da
porta
de
Saída.
Sem
êxito. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As Noites eram Felizes. (Um conto de Natal)

Passaram a ser noites felizes quando ele passou
a ficar em casa nestas datas que não saberia dizer
quando começaram a acontecer.
Então todo aquele clima de festas traziam expectativas 
de que a fartura entraria pela porta e através dela instauraria-se
uma inusitada união entre todos que naquela casa ainda viviam.
Não tinham os símbolos comercializados enfeitando os cômodos apertados,
mas eram preparadas outras visões de saudações, a casa era
pintada, lavada, e bem servida de flores e outros arranjos
condizentes com o que tinha-se para oferecer a quem por ali
chegasse.
O que mais excitava aos olhos alegres de todos era a mesa farta,
e todos servidos, uniam-se e confraternizavam-se realmente felizes.
Então, com o passar dos anos todos cresceram, emanciparam-se, desuniram-se,
e alguns foram viver suas próprias vidas recém-recomeçadas em suas próprias casas.
As noites felizes ainda aconteciam, mas foram escasseando.
Num átimo de uma noite, ele se foi, para sempre.
Dai então as noites felizes deixaram de ser recebidas com festas e farturas
naquela casa, não saberia dizer ao certo quanto tempo levou
para que elas por fim, deixassem de acontecer.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A princesa de ébano não ostentava adornos,
trazia uma segunda pele escarlate que deixava
acentuar o seu acetinado tecido corporal.
Os cabelos eram centenas de serpentinas telúricas,
miúdas e soltas, leves... 
E os olhos luzindo em cor de noite sem estrelas,
eram protegidos por cortinas de vidro transparente.
Caminhou lânguida, e imune ao espaço delimitado,
deixou um rastro suave de sensualidade e força, viva.



Teve seu começo
com excessos
em acessos...
Tudo torpe
desconexo
tosco gosto
no impossível
toda indefesa
nociva
arrisca
arisca
(des)obedece.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

autocontrole

... Então apertando e abrindo rapidamente os olhos, coibiu o impulso de desfazer-se em si, e sumir da normalidade, até assumir qualquer coisa de unicamente seu.
Não terá ajuda precisa se ultrapassar o limiar do aceitável socialmente.
Não era apenas desligar-se das normas e condutas, não seria um mero ato de anarquismo, coisa tão elitizadamente démodé. Não. Queria apenas não ter que estar prestes a prestações de contas, de contas que sequer saberia solucionar por si só.
Os resultados que encontrava ora eram positivos, ora negativos. E todos pesavam.
Mas permanecia na sua posição caótica de indivíduo invadido e incompreendido.
Era disso que precisa estar o tempo todo sob vigilância de si e sobre os outros, que deliberadamente invadem uns as vidas dos outros, concedendo-se direitos de julgo e punições ou recompensas.
Em todos os âmbitos da sociedade isso se chama normalidade. E é normal até certo ponto. Até onde não invade o outro até nos seus momentos mais privativos, íntimos, secretos, individuais, cerceando assim a liberdade que se torna cada vez mais uma abissal e solitária prisão.
Não é contra as Leis e a Ordem. Também não é isso.
É unicamente a questão da invasão contínua que motiva medos e manias que antes não existiam, e hoje persistem. Por isso precisava estar o tempo todo policiando-se e quando descuidava-se um pouco apoderava-se de si uma vontade absurda de não mais resistir e fugir para um lugar desconhecido dentro do seu Eu. Um Eu só seu. Um mundo sem invasores. Um mundo sem abismo para a liberdade.
Era quando precisava ser urgente em abrir bem os olhos, senão, ia...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Saiba que...

... Por partes, parto...
em pedaços minúsculos,
todas as promessas
as mesmas, essas...
De você, nunca mais...
Mas, o que mais há
diante do meu olhar
escravizado num pedaço
do nosso recente passado?
Traços de sentimentos
que dilaceravam as emoções
e nas suas mãos
e às suas portas
juras e histórias
em poesias e prosas
desnudavam de mim
do tudo que eu já inundara
me postava em nudez, crua.
E por isso a razão
diz que já não há caminhos
para seguir suas distâncias
em instantes de desesperos
e medos sem segredos...
O Sentimentalismo se põe
a posto de reivindicação,
em defesa dos sonhos
tão inofensivos e frágeis...
Frágeis e corrosivos,
vão despedaçando tudo
em colisão com a verdade.
E enchem a realidade de dores,
alterando os sabores, as cores,
porque são apenas pedaços
de desejos impossíveis.
Então dor é partir...
Parto... em partes...