A chuva caindo nada Bretã, pois que havia escolhido sair ao sol
de um inverno se indo numa terra quente.
Então tudo era um incomodo, e sentindo frio era fria em relação à chuva,
porque ela não estava nada preparada para um espírito molhado e em cinzas.
Mas havia abstraído um pouco a obsessão e queria um pouco de muda conexão.
Muda?
Apenas as plavras soavam silenciosas e mostravam os caminhos tortuosos que agora
seguia perseguindo apenas a sobrevivência.
Estava temendo entregas e recomeços, tudo à um preço braçal demais, e isso até era
bom porque o corpo em movimentos fragmentava mais as torturas da mente revoltosa
e emaranhada em linhas e linhas e linhas, on line... on line... on line...
Então seguia funcionando no piloto automático, guardando reservas de sentimentos, temendo.
Agora precisava voltar a ter sonhos mínimamentes concretos, como possuir um luxo
que passara a ser só mais uma necessidade quase básica, ou até mesmo voltar para um recomeço de qualquer ponto do seu passado abandonado sem conclusão.
Qualquer plano urgente de inclusão, mesmo que dure apenas o tempo da cura.
Porque sabia que mesmo pré-produzidamente, sua mente andava um tanto quanto doente, e a alma agonizada no seu ostracismo autoimposto, por medo, desconfiança, e dores petrificadas, buscava na sua prisão fictícia, abrir alguma outra porta para a volta à sua livre vida.
Não havia.
Em qualquer porta parecia que seriam abertos os sutis sinais de perseguição e vigilância omissa. Como se quase todos fossem donos dos percursos da sua trajetória.
Era a cura ou a cura.
Por isso mesmo precisava sair às ruas, assistir ao mundo ruir e recriar-se nas telas, nas linhas, e linhas, linhas...
O mundo quase todo funcionando on line, on line, on line...
E saiu tentada a tentar fingir-se de livre, aparentemente livre, e apesar da noite em temporal, foi possível sentir um beijo do sol atravessando uma pequena extensão de azul, então saiu sem culpa em paz e esperanças verticais.
E o corpo banhado em óleo esperava compensações mais saudáveis e prazerosas,
apesar do peso dos dias ainda latejando nos músculos e mãos.
Mas a mente não.
E foi determinado um figurino para um domingo de sol.
Mas choveu.
E não era uma chuva Bretã, porque ela estava vestida para uma manhã de luz em fins de inverno de terra em brasa.
Mas conseguiu um guarda-chuva preto, que talvez pudesse ver-se Londrino,
se não destoasse tanto.
E eriçada de frio dos pés à cabeça, detestou aquela chuva apenas previsível.
Era a alma irritando-se com o erro de cálculo que deixava o corpo sofrendo os consequentes incomondos.