Antes
sendo
o
que
tem
de
si
a
ser
até
conceber
um
ser
só
seu
antes
de
qualquer
ter.
domingo, 29 de janeiro de 2012
Elephant
Seria
num desses dias em brasa que o ferro derreteria a solidez de si mesmo e se
deixaria moldar... Mas não por mãos humanas ou qualquer instrumento
tecnológico, e sim por sua natureza inconsciente que deliberadamente permite ao
perigo aquecer e amolecer o corpo, assim moldando suas próprias atitudes em
relação a sua segurança e integridade física original...
Num desses
dias em que o inconsciente cozinhando em fogo alto idéias de dor, ódio e
autodestruição que seria muito adequado, ou inadequado, deparar-se com qualquer
coisa que lhe remetesse ao cerne de suas emoções conflitantes naquele instante.
Mesmo
que depois, a todos os olhares em testemunhas
parecesse um acaso do destino, uma fatalidade, uma trágica coincidência, para
aquele inconsciente em crise conflitante, tudo não passaria de proposital, de
propício, de manipulável por mãos humanas em máquinas inteligentes.
Então
sua forma original seria levada por seus próprios comandos, na maleabilidade
causada pela fervura da temperatura ambiente, e mais ainda no seu inconsciente
a orientar, "sim chega dessa forma ultrajada, invadida, perturbada, agora vamos
entrar em outras formas, espectrais."
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Havia pouco espaço, mas os dois corpos cabiam-se em comunicação e gestos de pequenas urgências e sorrisos diante dos pequenos obstáculos que faziam com que seus espaços trocassem os corpos de lugar.
De um lado, a pressa sem muita aceleração ia retocando os traços diante da própria imagem, e do outro, uma ânsia sem muita ênfase em querer higienizar-se sem que para isso fosse preciso sacrificar o momento de estar ali, quase em atropelos, tocar de leve na pele, roçando-se nos pelos, e perceber o apelo dos sorrisos em trocas de cordialidades, simples, simultâneas e solidárias.
E mais uma vez, outra troca toca os pontos das distâncias mínimas dos instrumentos e objetos necessários a ambos objetivos, flertes sem flash, apenas a luz amarelada e quente do espaço restrito e quase sufocante que de repente era ocupado por muitas outras urgências.
Houve a possibilidade quase furtiva do agradecimento em fresca higiene, mas não houve despedidas, a porta foi aberta, a história ficou lá dentro, enquanto a imagem continuava refletindo os retoques dos traços, um pouco urgentes, mas sem pressa, e o outro lado, já do lado de fora da história seguiu em trajetória sem focos urgentes.
De um lado, a pressa sem muita aceleração ia retocando os traços diante da própria imagem, e do outro, uma ânsia sem muita ênfase em querer higienizar-se sem que para isso fosse preciso sacrificar o momento de estar ali, quase em atropelos, tocar de leve na pele, roçando-se nos pelos, e perceber o apelo dos sorrisos em trocas de cordialidades, simples, simultâneas e solidárias.
E mais uma vez, outra troca toca os pontos das distâncias mínimas dos instrumentos e objetos necessários a ambos objetivos, flertes sem flash, apenas a luz amarelada e quente do espaço restrito e quase sufocante que de repente era ocupado por muitas outras urgências.
Houve a possibilidade quase furtiva do agradecimento em fresca higiene, mas não houve despedidas, a porta foi aberta, a história ficou lá dentro, enquanto a imagem continuava refletindo os retoques dos traços, um pouco urgentes, mas sem pressa, e o outro lado, já do lado de fora da história seguiu em trajetória sem focos urgentes.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Tudo combinado... Nada combinando...
Seria mais uma fatalidade do acaso.
O dia trazia o azul em uma oitava a menos que o tom do algodão sobre o corpo mirrado.
O grande Truck que invadia veloz o seu campo de visão tinha em tom metálico uma das cores que em nylon cobriam e protegiam a cabeça e a mente.
Era um dia onde havia já muito saindo do amarelo que vertia-se banhando e sufocando aquela parte do Mundo.
A visão invadida por aquele Truck naquele momento foi formando o quadro a quadro do próximo segundo.
E foi quando examinando mais objetivamente o cenário, que todo o resto do que poderia vir a ser a próxima cena se antecipou em detalhes vertiginosamente verídicos.
Os pneus negros do Truck tinham a rotação exata e era possível calcular distâncias e dimensões.
Bastava agora apenas ouvir-se dizer “Ação!”.
Foram precisos seis pequenos passos oblíquos e tudo que se ouviu de sonoplastia foi um surdo choque, além dos gritos de alguns figurantes surpreendidos pelo impacto da cena em si.
Os olhares cortaram imediatamente para o azul em parte do corpo mirrado que dilacerado repousava inerte sob os negros pneus do pesado Truck e muito vermelho sobre o negro asfalto. Um contraste perfeito, pesos e medidas, e todos os objetos de cena, ali, parecendo deliberadamente, espalhados.
Ainda havia o azul em luz e o algodão azul pousado na sombra, um azul inerte e escuro vestindo um corpo mirrado e esmagado sob os pneus do Truck pesado.
Tudo tão combinando.
O dia claro.
Parecia coisa combinada.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Primeiro estava num quarto escuro que amplificava o medo trazido na solidão do ato.
Apesar de saber que havia outra pessoa com ela,
e que ela precisava fazê-la partir,
e mais uma outra pessoa ali.
A pessoa com ela, ainda não podia ver,
e uma outra pessoa que ela não queria ver os traços.
Mesmo assim, há uma imensa solidão pesando sobre a sua escolha.
Está escuro e o metal gelado adentra seu corpo rígido.
Não sente mais nada além do incômodo contato das carnes
quentes com o objeto frio.
O gesto frio e quase mecânico das outras mãos.
Sai à rua com aquela pessoa ainda consigo,
e então, outras mãos em via pública a espancaram, e ela começou a sangrar.
Depois num outro quarto claro a frieza das paredes estampada nas
várias faces que vinham, viam e avaliavam, sem nenhuma dor aliviar.
E ao anoitecer mais uma face em semblante grave negou qualquer
salvação. O sangue estancou um pouco, um profundo alívio enfranqueceu
de vez o corpo e ela mergulhou num sono dosado para maior.
Aquela pessoa não estava mais com ela. Partiu.
No terceiro quarto habitava também o pânico e um outro tipo de solidão.
Precisava de companhia.
Ganhou um passarinho.
O passarinho preso era triste e só.
Numa dessas noites de pânico ela não tem certeza se dormiu.
O passarinho, triste e só, não amanheceu... ali mesmo, na gaiola, sucumbiu.
Apesar de saber que havia outra pessoa com ela,
e que ela precisava fazê-la partir,
e mais uma outra pessoa ali.
A pessoa com ela, ainda não podia ver,
e uma outra pessoa que ela não queria ver os traços.
Mesmo assim, há uma imensa solidão pesando sobre a sua escolha.
Está escuro e o metal gelado adentra seu corpo rígido.
Não sente mais nada além do incômodo contato das carnes
quentes com o objeto frio.
O gesto frio e quase mecânico das outras mãos.
Sai à rua com aquela pessoa ainda consigo,
e então, outras mãos em via pública a espancaram, e ela começou a sangrar.
Depois num outro quarto claro a frieza das paredes estampada nas
várias faces que vinham, viam e avaliavam, sem nenhuma dor aliviar.
E ao anoitecer mais uma face em semblante grave negou qualquer
salvação. O sangue estancou um pouco, um profundo alívio enfranqueceu
de vez o corpo e ela mergulhou num sono dosado para maior.
Aquela pessoa não estava mais com ela. Partiu.
No terceiro quarto habitava também o pânico e um outro tipo de solidão.
Precisava de companhia.
Ganhou um passarinho.
O passarinho preso era triste e só.
Numa dessas noites de pânico ela não tem certeza se dormiu.
O passarinho, triste e só, não amanheceu... ali mesmo, na gaiola, sucumbiu.
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