domingo, 15 de maio de 2011

E para além do perdido...

está a perda do sentido das coisas,
da vida em si, que em mim pulsa descompensada
em sofredoras pausas diante do horizonte
que desponta todos os dias com sua linha imaginária
marcando o tempo, ôco, vazio, inalcançável... abismal...
O medo não é do que há de sofrer a carne,
mas até onde irá doer a alma.
Medo da solidão amargada diante da televisão,
e sem visão, sem esperança,
sobrevivendo à duras penas,
dia após dia, até o dia da fatalidade final.
E para além do tudo perdido
além do sentido,
dói não esquecer,
dói não me perdoar,
dói não conseguir me levantar,
dói não ter para quem falar,
dói não querer mais chorar,
dói tudo numa espiral
que me puxa para cada vez mais fundo do abismo
sem horizonte em que mergulho.

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