Tudo ardia quente e lento, apesar dos relógios gritarem em esquinas e semáforos, lentos... Vermelho... Verde... Esperas...
Dentro dele havia uma visão sem tensão alguma enquanto os dedos tamborilavam uma canção que apenas ele ouvia...
A janela abria-se também para dentro e o sol descontaminava os resíduos que invadiam o seu espaço a cada lufada de vento...
Ele cantarolava um pouco, tentando não desanimar diante das faces tão carregadas em hora tão ainda suportável, apesar da lentidão caótica.
De repente algo o fez olhar para trás, e a canção foi um pouco esquecida diante de uma nova ação que lhe tirou daquele espaço que o protegia da contaminação da necessidade de se ater ao momento mais coletivo, e ele saiu do seu individualismo.
Enquanto isso as tensões do mundo externo queimaram nas cores dos semáforos... Amarelo... Vermelho... Segue-se...
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